A Inpasa lança a construção de sua nona planta industrial em Rio Verde (GO), com investimento previsto de R$ 2,4 bilhões e previsão de inauguração no primeiro trimestre de 2027. A unidade terá capacidade para produzir etanol, DDGS, óleo vegetal e gerar energia a partir de biomassa, usando milho, sorgo e outros cereais.

O projeto amplia a presença da companhia no Brasil e deve impactar demanda por grãos, logística local e oferta de biomassa. Para a região, as oportunidades de emprego e de desenvolvimento de cadeias logísticas são relevantes, mas surgem questionamentos sobre sustentabilidade energética e origem da biomassa.

^{CEPEA/USP — Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Variações expresadas em YTD (Year to date).}

A reabertura de negociações comerciais entre Estados Unidos e China reduziu as cotações da soja no mercado doméstico brasileiro, com impactos imediatos nos prêmios portuários e nas referências em regiões como Paraná e Bahia.

Compras significativas de Pequim a fornecedores dos EUA elevam a oferta externa e deslocam parte da demanda; o efeito sobre o produtor brasileiro depende dos spreads logísticos e dos prêmios entre porto e interior. Dados regionais mostram dispersão de preços: prêmios portuários recuaram enquanto preços no interior variam conforme disponibilidade e custos de frete.

Analistas destacam que a transmissão das quedas internacionais ao preço final recebido pelo agricultor é parcial e seletiva. No curto prazo, produtores e traders deverão ajustar estratégias de comercialização, avaliando janelas de oportunidade para escoamento e manutenção de liquidez, já que a intensidade e a duração das compras chinesas pelos EUA definirão o ritmo dos movimentos domésticos.

O indicador do Cepea mostra que o poder de compra dos avicultores paulistas atingiu 3,85 kg de farelo de soja por 1 kg de frango vivo em outubro, o maior patamar da série histórica.

A alta reflete recuperação dos preços do frango combinada com queda do farelo, melhorando a margem operacional do setor.

Essa relação influencia decisões de comercialização e oferta: maior poder de compra tende a estimular reposição de lotes e investimentos na atividade, mas a vantagem pode se reduzir rapidamente se ocorrerem mudanças na cotação do farelo ou eventos sanitários.

O acordo inicial entre Estados Unidos e China provocou alta na Bolsa de Chicago, reacendendo expectativas de demanda externa por soja e levando contratos futuros a oscilações expressivas.

Autoridades americanas reportaram compromissos de compras volumosas por parte de Pequim, mas especialistas alertam que a efetividade depende de ajustes nas estimativas de safra dos EUA. Se a produção norte-americana não for revista para baixo, os volumes anunciados podem não reduzir estoques como o mercado espera, o que mantém as cotações voláteis.

O episódio reabre o debate sobre níveis de estoque e a sensibilidade do mercado a anúncios políticos e acordos comerciais. Para players brasileiros, a atenção está em como os spreads entre Chicago e os prêmios logísticos locais irão determinar repasses ao mercado físico. A volatilidade futura vai influenciar decisões de hedge, arbitragem e prioridades de escoamento.

A Agrinvest projeta entregas recorde de fertilizantes no Brasil em 2025, estimando 48,2 milhões de toneladas, um volume acima de 2024. O crescimento em toneladas é explicado em parte por um mix de importações com produtos menos concentrados, sobretudo da China, o que altera a densidade média de nutrientes por carga.

A elevada dependência externa persiste — mais de 85% da demanda continua sendo suprida por importações — e gargalos logísticos como filas em portos podem pressionar distribuição e cronogramas de aplicação no campo. Setores regionais podem enfrentar diferenças no acesso a nitrogênio, fósforo e potássio.

Políticas de armazenagem, diversificação de fornecedores e logística serão determinantes para minimizar riscos à produtividade.

O Ministério Público de Mato Grosso instaurou procedimento para apurar denúncias sobre o uso de lenha proveniente de desmatamento na geração de energia por usinas de etanol de milho. A investigação examina tanto empresas quanto normas estaduais que autorizam biomassa nativa e pode resultar em recomendações ou medidas judiciais.

O caso coloca em debate a compatibilidade entre metas de descarbonização do setor e práticas locais de abastecimento energético. Reflorestadores apontam concorrência desleal e oferta insuficiente de madeira de origem plantada, enquanto indústrias afirmam cumprir a legislação vigente.

O desfecho terá impacto direto em custos operacionais e na imagem da cadeia do etanol, influenciando decisões de investimento em biomassa plantada, certificação e rastreabilidade da origem da lenha utilizada nas plantas industriais.

A Embrapa lançou uma contribuição para a COP30 com práticas e tecnologias para redução de emissões, restauração de solos e aumento da resiliência agrícola, destacando o papel da ciência e da cooperação internacional.

Estudos autorizados pelo governo federal preveem o derrocamento do Pedral do Lourenço no rio Tocantins para consolidar a hidrovia Araguaia‑Tocantins como corredor de exportação de grãos durante todo o ano. A medida inclui dragagens e obras com potencial para reduzir custos logísticos e tornar os portos do Norte mais competitivos para o escoamento agrícola.

O projeto, no entanto, enfrenta resistência de comunidades ribeirinhas, ambientalistas e do Ministério Público Federal por riscos à pesca local, reprodução de tartarugas e possíveis deslocamentos.

Do ponto de vista econômico, hidrovias tendem a reduzir custos e emissões por tonelada transportada, mas planners alertam para efeitos indiretos, como estímulos à conversão de áreas agrícolas e pressões sobre biomas. A implementação exigirá ampla avaliação ambiental e diálogo com stakeholders.

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O line-up oficial indica previsão de 3,4 milhões de toneladas de soja a embarcar em novembro, após projeção maior em outubro. O acumulado de janeiro a novembro de 2025 aproxima-se de 105,165 milhões de toneladas, superior ao ano anterior, mas a desaceleração prevista para novembro pode refletir sazonalidade e ajustes de navegação.

Operadores portuários e traders acompanham a evolução do line-up porque variações alteram alocação de navios, prêmios e spreads entre porto e interior, impactando liquidez e fluxo de caixa dos produtores. A gestão do calendário de navios permanece crítica para evitar gargalos e custos adicionais.

Frigoríficos com maior liquidez conseguem concorrer por oferta limitada de animais, pressionando cotações em várias praças nacionais. O mercado atacadista acompanha a tendência, com cortes apresentando valorização e expectativas de manutenção da firmeza nos próximos meses, sustentadas também pelo fluxo de exportações.

Edição: Inteligência Artificial + Curadoria Agro Informe
Fontes: Cepea, Canal Rural, Globo Rural, Investing, Agrolink, Safras