O BNDES informou a mobilização de R$ 7 bilhões em instrumentos reembolsáveis e não reembolsáveis para projetos florestais nos últimos dois anos, incluindo crédito para reflorestamento, agroflorestas e captura de carbono.

O banco destaca metas de plantio e captura e metas ambiciosas como o Arco de Restauração na Amazônia, mas a efetividade dependerá da execução, monitoramento socioambiental e engajamento local.

Para investidores e políticas públicas, o anúncio sinaliza maior disponibilidade de capital, mas impõe desafios de governança e métricas claras de resultados.

^{CEPEA/USP — Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Variações expresadas em YTD (Year to date).}

Os preços de animais para reposição e de vacas gordas avançaram nas praças acompanhadas pelo Cepea, em um movimento que supera a valorização do boi gordo. O destaque ficou com o bezerro Nelore até 12 meses, cuja média subiu 14% ante novembro de 2024, refletindo busca por reposição e decisão de recriadores em recompor rebanho.

A retenção de fêmeas para reprodução com a chegada da primavera e da estação de monta tem reduzido a oferta de vacas e novilhas para abate, pressionando cotações nas regiões fornecedoras, como Mato Grosso do Sul. Para indústrias e compradores, menor disponibilidade pode significar custos mais altos e necessidade de planejar compras com maior antecedência.

No médio prazo, a valorização da reposição sugere possível represamento de oferta futura de carne, o que exige monitoramento por frigoríficos e exportadores para ajustar contratos e estoques. Produtores que precisam recompor plantéis enfrentam custo maior, impactando margens e decisões de investimento em pecuária de corte.

O TFFF alcançou US$ 5,5 bilhões em compromissos, incluindo aportes da Noruega, Indonésia, França e US$ 1 bi do Brasil; o montante será usado como investimento para financiar projetos de conservação e restauração com retorno para investidores, condicionando pagamentos à governança local e à participação de povos indígenas.

A Xiamen C&D firmou contratos com sete grandes operadores globais por pouco mais de US$ 5,2 bilhões, em acordos que cobrem soja, milho, algodão e outros produtos. O pacote inclui um acordo de US$ 2,5 bilhões com a Louis Dreyfus Company e parcerias com Cargill, Syngenta, CHS, Olam e players brasileiros, sinalizando demanda chinesa por diversificação de suprimentos.

Esses contratos podem trazer fluxo adicional de vendas para exportadores, maior previsibilidade de curto a médio prazo e competição por volumes, especialmente se parte dos acordos incluir soja americana ou brasileira. Para traders, o conteúdo e a origem das cargas serão determinantes para rotas comerciais e arbitragem entre origens.

No contexto geopolítico, os acordos aparecem após sinais de amenização nas tensões sino-americanas; entretanto, dúvidas sobre cláusulas específicas e origem dos produtos podem influenciar rapidamente os preços e as estratégias de hedge das tradings envolvidas.

A Conab lançou operação para adquirir até 137 mil toneladas de arroz da safra 2024/25, com dotação de R$ 200 milhões e limite de 189 toneladas por produtor, com objetivo de sustentar preços diante de oferta interna elevada. A medida busca atender produtores com preços abaixo do mínimo oficial, em cenário afetado por boa oferta doméstica e suspensão de barreiras na Índia.

O programa exige cadastro no Sican e padrões de qualidade, além de permitir estocagem em armazéns próprios ou regulamentados. Para cooperativas e produtores, a ação oferece saída para estoques e alívio de preços no curtíssimo prazo, mas tem alcance limitado pelo orçamento previsto e pelo teto por produtor.

A iniciativa também chama atenção para a necessidade de logística e armazenagem adequada para evitar perdas, além de efeitos potenciais sobre o comportamento de vendas de produtores e negociações de contratos futuros.

A disponibilidade interna de carne suína caiu em outubro para o segundo menor volume de 2025, impulsionada por embarques recordes e redução dos abates. Em outubro, a oferta doméstica foi estimada em 191,5 mil toneladas, contra pico anual próximo a 240 mil toneladas em julho.

As exportações tiveram média diária de embarques histórica, o que explica parte do recuo na oferta doméstica e reforça a dependência do setor ao mercado externo. Com abates em queda e maior escoamento ao exterior, processadores voltados ao mercado interno poderão enfrentar pressão de custos e necessidade de ajustes de produção.

No curto prazo, menor oferta tende a pressionar preços ao consumidor e exige dos frigoríficos ajustes logísticos e contratuais para equilibrar destinos de carne entre mercado interno e exportação, especialmente em momentos de demanda externa aquecida.

Os contratos futuros de soja em Chicago recuaram com quedas superiores a 20 pontos nos principais vencimentos, refletindo ajuste de posições dos fundos, menor pressão de oferta no curto prazo e correção no farelo. Os vencimentos próximos fecharam em torno de US$ 11,07 a US$ 11,28 por bushel, com farelo também pressionado.

No Brasil, a perda em Chicago e a queda do dólar provocaram recuos nos preços do interior, de até 2%, ainda que cotações nos portos permaneçam firmes, acima de R$ 140 por saca para disponível. A diferença entre preços no interior e nos portos segue sendo elemento chave na decisão de venda dos produtores.

Para produtores e exportadores, a volatilidade reforça o dilema entre realizar vendas ou aguardar possível recuperação, além de colocar na mesa a importância do hedge e do monitoramento da competitividade frente à soja americana e à demanda chinesa.

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A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,96 bilhões em outubro, com corrente de comércio mensal perto de US$ 57 bilhões. No acumulado de janeiro a outubro, o superávit somou US$ 52,395 bilhões, com a agropecuária contribuindo positivamente ao acumulado.

O desempenho combina alta nas vendas externas com aumento nas importações em alguns setores, o que traz reflexos para a política cambial e para as cadeias exportadoras. Empresas do agro devem seguir atentas a fluxos e diferenciais de mercado para calibrar estratégias de exportação e aquisição de insumos.

O Ibama detectou indícios de R$ 25 milhões em crédito rural liberado a propriedades com registro de desmatamento ilegal na Amazônia Legal. A operação identificou 98 operações com indícios de irregularidade e aplicou multas que somam R$ 11,4 milhões, além de autuações específicas a agentes financeiros.

O caso destaca risco reputacional e operacional para bancos e agentes que atuam com crédito rural, além de evidenciar a importância de cruzamento de bases de dados e imagens de satélite. As conclusões foram comunicadas ao Banco Central e podem levar a aperfeiçoamentos nos procedimentos socioambientais das instituições financeiras.

Edição: Inteligência Artificial + Curadoria Agro Informe
Fontes: Cepea, Investing, Exame, Agrolink, Folha, Noticias Agricolas, Canal Rural, The AgriBiz