No segundo trimestre de 2025, o agro brasileiro viveu um ponto de inflexão. O número de pedidos de Recuperação Judicial disparou 31,7%, chegando a 565 solicitações. O que chama atenção não é apenas a alta, mas quem está liderando esse movimento: os produtores rurais que atuam como Pessoa Jurídica, tradicionalmente mais estruturados e robustos.

Apenas nesse grupo, os pedidos dobraram em um ano — soja e bovinos aparecem no centro da crise. Enquanto isso, produtores Pessoa Física também sofrem, especialmente grandes proprietários e arrendatários, que correm atrás de fôlego financeiro.

O impacto vai além da fazenda. Agroindústrias de óleo, etanol, madeira e até o comércio atacadista sentiram o efeito cascata da insolvência rural, somando mais de 100 pedidos de proteção judicial. Estados como Goiás e Mato Grosso, pilares da produção nacional, concentram boa parte dessa turbulência.

No pano de fundo, juros altos, preços instáveis e frustrações de safra ajudam a explicar a pressão sobre o caixa. A Serasa Experian alerta que a tecnologia pode ser aliada nesse momento: ferramentas preditivas já conseguem antecipar sinais de fragilidade até três anos antes de um colapso.

O jogo da carne mudou — e rápido. Em poucos meses, os EUA viram sua fatia no mercado chinês derreter, abrindo espaço para um concorrente que não perdeu tempo: a Austrália.

Até março, os americanos exportavam cerca de US$120 milhões por mês em carne bovina para Pequim. Mas o cenário virou quando a China deixou expirar licenças de frigoríficos dos EUA e Trump reaqueceu a guerra tarifária. O resultado? Um colapso imediato nos embarques: em julho e agosto, as vendas caíram para menos de US$10 milhões mensais.

Enquanto isso, a Austrália surfou na oportunidade. Suas exportações saltaram para mais de US$220 milhões ao mês, sustentando preços recordes do gado e consolidando a vantagem de sua carne de grão, semelhante à americana, mas mais barata. O Brasil também ampliou presença, mas foi a Austrália quem realmente ocupou o espaço perdido pelos EUA.

Para os produtores americanos, o golpe é duplo: além da seca que reduziu rebanhos, perderam o cliente mais estratégico para cortes pouco valorizados no mercado doméstico. Especialistas alertam que, mesmo com um eventual acordo comercial, os EUA levarão anos para reconquistar terreno.

Moral da história? No agro, quem vacila perde espaço — e quem está preparado colhe rápido as oportunidades abertas pelo jogo geopolítico.

Argentina anuncia fim da isenção dos impostos de exportação de commodities —

Na foto: A medida faz parte de acordo de ajuda econômica que a Casa Branca ofereceu ao presidente Javier Milei

— valor comercializado pelo agro brasileiro em 2024, alta de 6,8% vs. 2023.

Participação do agro no valor comercializado do Brasil: 32,0% (2023) → 24,2% (2024), apesar de R$ 8 tri em movimentações.

Parece futuro distante? Talvez, mas as automações inteligente já fazem parte do nosso dia a dia. Na BigMinds Tech, transformamos processos em performance, dados em inteligência e negócios em histórias de crescimento.

Porque inovar não é apenas tecnologia. É estratégia.

— He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China.

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